sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

…e o Produto Interno, Bruto?

“A diferença entre Portugal e a República Checa é que esta

tem o governo em Praga e Portugal tem a praga no governo.”
Anónimo

O Economista brasileiro Professor Sílvio Araújo de Sousa explica, de uma forma simplista mas não menos correcta, o que é o P.I.B. de uma nação:

“O PIB (Produto Interno Bruto) é um dos principais indicadores do potencial da economia de um país. Ele revela o valor (soma) de toda a riqueza (bens, produtos e serviços) produzida por um país num determinado período, geralmente um ano. Isso inclui do pãozinho até ao apartamento de luxo.”
E continua aquele economista:
“O primeiro factor que influencia directamente a variação do PIB é o consumo da população. Quanto mais as pessoas gastam, mais o PIB cresce. Se o consumo é menor, o PIB cai. O consumo depende dos salários e dos juros. Se as pessoas ganham mais e pagam menos juros nas prestações, o consumo é maior e o PIB cresce. Com salário baixo e juro alto, o gasto pessoal cai e o PIB também. Por isso os juros atrapalham o crescimento do país. Os investimentos das empresas também influenciam no PIB. Se as empresas crescem, compram máquinas, expandem actividades, contratam trabalhadores, elas movimentam a economia. Os juros altos também atrapalham aqui: os empresários não gastam tanto se tiverem de pagar muito pelos empréstimos para investir. (…) As exportações também fazem o PIB crescer, pois mais dinheiro entra no país e é gasto em investimentos e consumo.”
A explanação continua, demasiado longa para caber neste pequeno espaço de opinião mas o que é atrás transcrito basta para desenvolver o meu raciocínio e para que os amigos leitores percebam a aberração deste Orçamento de Estado para 2011, criticado por todos e endeusado pelos mesmos incompetentes de sempre.
Imagine-se a viver neste “Portugal de sonho”, neste “Portugal rosa”, com o O.E. proposto para 2011.
Os ordenados a baixar, quer pelos cortes propostos, quer ainda pelo aumento de impostos e taxas que sobre eles irão incidir.
Do outro lado temos os produtos, incluindo os medicamentos e os bens de primeira necessidade a subirem, mercê do aumento da carga fiscal que sobre eles incide, como por exemplo o IVA.
O tio Manel, um português que ainda vai tendo emprego, irá receber no fim do mês menos salário. Mas o seu “cabaz de compras” irá ser o mesmo, em género e em número, mais caro devido ao aumento da carga fiscal que sobre ele incide.
Logo compra menos ou não compra. Diz o inteligente do ministro das finanças que assim promove o aforro. Começo a ficar confuso. Afinal o que desenvolve a economia? O consumo ou a retracção?
Este raciocínio que se aplica ao tio Manel pode ser transposto para as empresas e de uma forma mais dramática para os aposentados. Dramática sim, pois as reformas de miséria nem para as refeições chegam quanto mais para os medicamentos, que para além de terem visto decrescer a comparticipação estatal, ficaram mais caros devido ao aumento do IVA?
Que pobre país este e passo a citar o Professor Medina Carreira, “…dirigido por um governo de incompetentes, presidido por José Sócrates, que é um homem de circo, de espectáculo”. E continua o Professor: “Portugal anda a ser gerido por medíocres: Guterres, que fugiu não se sabe para onde, depois Barroso que foi para Bruxelas porque lhe davam mais dinheiro. A seguir veio Santana Lopes e por último este, José Sócrates. Nenhum deles percebeu o essencial do problema do país”.
Com orçamento aprovado ou não, já se fala na vinda do FMI, o que já não é caso virgem. Basta recuarmos ao tempo de Mário Soares como primeiro-ministro.
Curiosamente na véspera em que escrevo este artigo, o actual governador do Banco de Portugal, que veio substituir o anterior, o incompetente e arregimentado Constâncio, afirmou que a economia em 2011 estagnará, análise feita sem ter levado ainda em linha de conta as medidas propostas por este governo no OE para 2011.
A análise do FMI é mais sombria, para não dizer assustadora. Já fazendo contas com aquelas medidas, afirma sem rebuços que a economia portuguesa sofrerá uma recessão/contracção na ordem dos 1,4% e que o nível de desemprego terá tendência em aumentar para valores que ultrapassam a fasquia dos 11%. Releiam o que atrás ficou dito entre a relação réditos/despesas de cada um e de todos os cidadãos e empresas.
Afinal com que finalidade se estão a impor tantos sacrifícios aos portugueses? Para o governo, instituições públicas das mais variadas e alguns municípios continuarem a esbanjar, em festas e festarolas, à “tripa forra”?
Antes de terminar gostaria de deixar aqui uma informação, à guisa de meditação até que nos fartemos destes indivíduos: com os cortes salariais entre os 3,5% e os 10%, verificar-se-á uma diminuição de receitas de IRS na ordem dos 200.000.000,00 de euros. E é óbvio que se não houver consumo a receita do IVA também vem por aí abaixo. Somos governados por uns “crânios”. A isto chama-se “desenvolver” a economia e “equilibrar as contas públicas”.
Precisamente o oposto fez o governo alemão. Para estimular o crescimento da economia, que está em franca recuperação, o ministro das finanças anunciou o aumento dos ordenados e afirmou que está em estudo uma descida, embora ligeira, dos impostos.
Parafraseando Scolari “…e os burros são eles”???

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