quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Nem Luz nem Túnel

“O Sr. 1º Ministro é um perfeito "Vendedor de Ilusões",
por vezes até ele acredita no que diz. Esquece é que acaba
 por cair em contradições, algumas perigosas para Portugal
 e enganosas para os Portugueses. O Povo já começou
 a abrir os olhos e isso é perigoso para os Políticos…”

Professor Dr. Medina Carreira, escrito em 2010



     No preciso momento em que alinhavo estas linhas, centenas de milhar de portugueses manifestam-se em Lisboa contra as medidas de austeridade, leia-se roubalheira, com que fomos presenteados pelos políticos que nos governam e pelos outros, os que os apoiam e que segundo as últimas sondagens tomarão o lugar dos primeiros nas próximas eleições, antecipadas ou não.

     Como dá para perceber nada de bom nos espera nem aos nossos filhos. Talvez no tempo dos nossos netos. A não ser… Não, estava a sonhar!!!

     Pela Internet chegam-nos miríades de informações sobre as “proezas” dos nossos políticos, cada uma pior que a anterior.

     Mas uma coisa é certa portugueses, tenhamos a certeza de que andamos a navegar sem rumo. Estou em crer que o sujeito que diz ser ministro das finanças, está completamente desnorteado. Ele e os “boys” do seu ministério, já nem à vista navegam, andam pura e simplesmente à deriva.

     Parafraseando os comunistas e os bloquistas, são sempre os mesmos a pagar a crise, ou seja, os que menos podem. Um corte de 5% num ordenado de miséria, acrescido de um aumento de 1% no IRS, é um drama. O mesmo corte e um aumento de 1,5% a quem ganha milhões são menos um almoço num restaurante de luxo. Sim porque estes tipos não vão às tascas.

     E são estes, ministros, gestores de “topo” e deputados da nação, sejam eles de que partidos forem, que nos pedem sacrifícios. Já escutaram por acaso os próprios deputados comunistas ou os do bloco de esquerda a proporem uma redução de 20 % nos seus ordenados? Claro que não, ficam-se pelos 5%, mas em contrapartida aumenta-se-lhes o subsídio de transporte. Uma coisa anula a outra…

     E nós calados!!!

     Como podemos acreditar nos políticos que temos, se o deputado socialista, que zela pela ética entre os seus pares é, nem mais nem menos, que o açoriano Ricardo Rodrigues, que segundo José Maria Martins, advogado, intitula no seu “Blog” como crápula e tiranete. E continua:

     “É vergonhoso que o PS tenha metido nas listas de deputados Ricardo Rodrigues. Vergonhoso! Digo-o no âmbito da minha liberdade de expressão e opinião. Digo-o como cidadão político. (…) Todos se lembram que Ricardo Rodrigues se demitiu do Governo Regional dos Açores aquando do caso de pedofilia, conhecido como Caso Farfalha. Agora aparece como homem forte do PS”.

     Continua o Dr. José Maria Martins a alongar-se em considerações, cada uma mais horrenda que a anterior, a respeito desta iminência parda do regime, cuja última façanha foi a de ter “subtraído”, em plena Assembleia da República, os gravadores dos jornalistas que o entrevistavam, por não gostar das perguntas que lhe estavam a ser feitas versando todos os casos obscuros da sua vida política. Este acto “subtractivo”, foi unanimemente apoiado pelos seus pares do Partido. Certo, certo é que se continua a passear impune e autoritariamente pelos corredores do poder sem que ninguém tenha a coragem de o desmistificar. Ou então não será falta de coragem mas outros motivos mais obscuros.

     Poderia perder-me em mais considerações sobre outras figuras gradas do regime, começando pelo primeiro-ministro. Mas fico-me por aqui, pois quero fazer uma ligeira incursão pelas presidenciais que já começam a bulir.

     Mas antes de o fazer, gostaria de deixar um alerta aos meus concidadãos. Há um ditado que diz, em ocasiões apropriadas que e passo a citar, “já se vê a luz ao fundo do túnel”. No momento actual e sob todos os pontos de vista, éticos, morais, sociais, económicos e políticos, nem luz e muito menos túnel. Apenas um negríssimo buraco.

     Mas voltemos às presidenciais.

     Em 27 de Janeiro de 2006, nesta mesma coluna e sob o título “Habemus Presidentum”, confessei que votei Cavaco Silva, afinal o “mal menor”. Se arrependimento matasse…

     Para avaliar da coragem desta personagem, que nunca comenta nada, sempre com aquele esgar afivelado no rosto, a imitar um sorriso, avalie-se dos pressupostos aduzidos aquando da aprovação da lei que permite os casamentos entre indivíduos do mesmo sexo. Como dizia uma amiga querida e perdoem-me a liberdade de linguagem, os “cagamentos gay”.

     Disse então Cavaco Silva na patética comunicação ao país que, embora fosse contra as suas convicções, aprovava a lei pois não valia a pena vetá-la dado que, voltando a mesma à Assembleia da República seria aprovada. Homem de coragem e sobretudo de convicções que diz ter mas não tem. Ah, já me esquecia e também por causa da crise!!! Onde estão a ética e os princípios, de que tanto se fez eco na campanha eleitoral? Vá-se embora Sr. Presidente. Se é só para viver à custa dos nossos impostos, não está cá a fazer nada. Se o fizesse seria uma poupança importante no orçamento da nação!!!

     Como já vou longo e como o jornal me impõe um espaço delimitado vou ter de terminar.

     Sobre Manuel Alegre, a personagem que muitos combatentes da guerra ultramarina, sobretudo na de Angola, recordam com asco, prometo falar no próximo artigo.

     Isto se nenhum terramoto político acontecer entretanto. Até lá.

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